terça-feira, 15 de março de 2011

154. E se de repente


Claro, "ninguém torna ao que acabou". E foi acabando tanta coisa que a terra ficou estranha, surpreendente de silêncios e desertos, tantos anos e nunca estive aqui não sei quem és.
Nada pôde voltar a brilhar como os olhos daquela miúda gloriosamente suja quando viu a bola de berlim chegar à mesa. Ainda bem, mas não, agora as bolas de berlim são calorias sem felicidade dentro. Não sei se a lua amarela ainda, talvez.
Já não há vagares de peixe frito ao fim da tarde no fim do rio, nem os brancos minerais antigos que fermentavam descontroladamente. Eram zurrapas, diz-me quem diz que sabe. Seriam, mas nós éramos o quê.
Porém há de repente uma casa por reerguer, acho que faltam tílias, cerejeiras e figueiras, se alguém tiver de sobra é favor deixar aqui.


*No prato, um favorito da altura: Van Morrison, Rave on John Donne

terça-feira, 1 de março de 2011

153. Provavelmente estava vento, e os rios ainda devem estar altos, e tal...

Pelo terceiro ou quarto ano consecutivo, falhei a grande celebração e não pude encontrar-me com elas no 1 de Março.




(mas não foi um dia totalmente sem peixe, embora noutra perspectiva)










* No prato, um dos hinos do dia de abertura: John Lee Hooker & Carlos Santana, Chill out