quarta-feira, 20 de agosto de 2008

71. "... une même vague depuis Troie..."


O ângulo morto vai beneficiar de um imerecido descanso.
Um sonho de muitos anos: ler os Amers numa varanda sobre o Egeu.














, onde tudo começou.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

70. Ike

Quando os homens morrem, ou pelo menos alguns, pensa-se no que deixam.
Ike's Rap II (do álbum Black Moses - 1971), samplado depois pelos Portishead em Glory Box (Dummy - 1994) e Tricky em Hell is Round the Corner (Maxinquaye - 1995).
É só para dizer que isto era 1971:


E, claro, o shaftíssimo Chef de Southpark:

domingo, 17 de agosto de 2008

69. A furore Normannorum libera nos, Domine


Gosto da etimologia, especialmente quando aplicada à toponímia (a propósito: para quem se interesse pelo assunto, vale a pena visitar a toponímia galego-portuguesa e brasileira, de José Cunha-Oliveira).
Sempre me intrigou o nome do lugar Lordemão, por não lhe reconhecer étimos. Ontem descobri, num paper espanhol on-line de um(a) investigador(a) da Universidad Autónoma de Madrid (não assinado), intitulado Incursiones vikingas en la Península ibérica, que Lordemão vem de lordemani ou lordomani, nome por que eram conhecidos os vikings (também chamados de nordmanni, lormanes, leodomanni, etc.). Aprendi que existe outra pequena povoação em León, perto do limite com a província de Zamora, que se chama Lordemanos.
Hoje, descontado um ou outro assalto às casas locais, nada sobra em Lordemão dos homens do norte.

sábado, 16 de agosto de 2008

68. Da alcateia


Num dos trajectos dos meus dias, percorro a Av. Bissaya Barreto desde o Penedo da Meditação até à Cruz de Celas. Vivi ali, até aos dez anos, no que era então o limite da cidade: uma aprazível avenida sem saída, sem circular, aberta às nossas bicicletas e aos passeios pela Quinta das Sete Fontes.
Hoje, com a mesma largura, é um dos principais acessos aos Hospitais da Universidade de Coimbra, ao Hospital Pediátrico, à Escola de Enfermagem Ângelo da Fonseca e ao Instituto Português de Oncologia. No entroncamento com a R. de S. Teotónio, continua a crescer a Urbanização Quinta de Voimarães, onde abundam as mais variadas clínicas e consultórios médicos.
Exceptuando o dos HUC, não existe um parque de estacionamento público no raio de alguns quilómetros (creio que o mais próximo será o do Centro Comercial Avenida, já perto da Baixa). Acontece com frequência encontrar carros parados em frente ao I.P.O., ou circulando muito devagar, vagamente perdidos. Gente que vem de fora, desorientada, à procura do Instituto, ou que encosta para embarcar familiares saídos da quimio assestada ao nenúfar, ou que desembarca velhos desejosos de mancar até à cama dos amores da vida deles.
Há quem buzine desesperadamente atrás destas almas de pássaro, como se a vida estivesse para lhes acabar no dia seguinte. Não sabem, os filhos da puta não sabem.
(Foto de Jean-erik, colhida aqui)

domingo, 3 de agosto de 2008

67. IF - Que reste-t-il


"Dez anos depois de 1998 restam as recordações e a perplexidade. Como podemos ter tido uma ilusão tão perfeita de felicidade? Expo-98, petróleo a vinte euros, apaziguamento e um Verão de bom tempo", pergunta o Francisco Amaral, no lugar do costume, com uma belíssima edição (coroada com Boogie Woogie, dos K & D, e vários Dimitri from Paris).