O extraordinário anúncio da aprovação, pela Igreja Católica, da app iPhone para penitentes relembrou-me que continuo sem responder ao que ando a perguntar-me na última década: por que razão ainda não apostatei, tornando-me protestante?
Há uns meses, conheci um padre ortodoxo numa pequena ilha grega a quem dei conta (ao fim de meia dúzia de Amstel e meio quilo de azeitonas) das minhas inclinações íntimas para o protestantismo. Foi o único momento tenso da noite: o homem apertou-me o braço com força e repetiu "Bleib wo du bist; bleib wo du bist". Só então compreendi que, para os ortodoxos, o catolicismo é o limite da Reforma tolerável - a partir daí, dizia-me ele, já não é religião, é "política e business".
Ainda tentei argumentar, mas percebi que o meu alemão não é suficiente para querelas teológicas; e aquela força na expressão (e nos dedos enterrados no meu braço) impressionou-me.
Política e business, dizia ele. Só que isto não ajuda.
Há uns meses, conheci um padre ortodoxo numa pequena ilha grega a quem dei conta (ao fim de meia dúzia de Amstel e meio quilo de azeitonas) das minhas inclinações íntimas para o protestantismo. Foi o único momento tenso da noite: o homem apertou-me o braço com força e repetiu "Bleib wo du bist; bleib wo du bist". Só então compreendi que, para os ortodoxos, o catolicismo é o limite da Reforma tolerável - a partir daí, dizia-me ele, já não é religião, é "política e business".
Ainda tentei argumentar, mas percebi que o meu alemão não é suficiente para querelas teológicas; e aquela força na expressão (e nos dedos enterrados no meu braço) impressionou-me.
Política e business, dizia ele. Só que isto não ajuda.
Por outro lado: talvez a indiferença perante as etiquetas que entretanto se instalou em mim corresponda já a uma certa compreensão da relação com Deus. Pouco ortodoxa, pouco católica.
*No prato: Michael Nyman Band, Chasing sheep is best left to shepherds
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