Há dias fizemos umas excursões aos mosteiros mais antigos da zona, Lorvão (séc. IX?) e Vacariça (séc. X?). No que aqui interessa: na Vacariça, porque do mosteiro só resta uma casa particular ornada de botijas de gás vazias, carcaças de automóveis e vestígios plumares da preparação de uma cabidela, perguntámos a uma cidadã onde era a antiga prisão. Olhou-nos com um sorriso desolado, que não nos entusiasmássemos muito: "sabe, isto dantes era histórico, agora é só um lugar triste".
À noite, vi a apresentadora de um programa filantrópico perguntar a um rapaz com ar meio perdido, a quem tinham feito uma cirurgia filantrópica: "então, estás contente com as tuas orelhas novas?".
A vantagem da cidadã da Vacariça é que julga haver, em volta, um país melhor.
À noite, vi a apresentadora de um programa filantrópico perguntar a um rapaz com ar meio perdido, a quem tinham feito uma cirurgia filantrópica: "então, estás contente com as tuas orelhas novas?".
A vantagem da cidadã da Vacariça é que julga haver, em volta, um país melhor.